quinta-feira, agosto 20, 2009

Prepare for the Future - Um Review de Fallout 3


O Parsonagem principal e seu fiel companeiro Dogmeat

Vou começar logo dando um conselho: da próxima vez que você beber aquele refrigerante não jogue fora a tampa da garrafa (a famosa “pincha”), pois no futuro ela vai substituir o dinheiro. Isso, claro, se em 2077 ocorrer uma guerra nuclear e devastar com quase toda a vida na Terra, assim como acontece em Fallout 3, um rpg de ação que, não a toa, foi considerado um dos melhores jogos de 2008.
Se você não jogou Fallout 3 por não ter passado pelos dois primeiros e pensa que vai pegar a história na metade não se preocupe, apesar de acontecerem no mesmo mundo, as trama de Fallout 1 e 2 acontecem na costa oeste americana, já Fallout 3 se passa na costa Leste, 200 anos depois da guerra nuclear e com o começo de uma nova história. Já os antigos fãs vão notar muitas referencias aos episódios anteriores, mas que não atrapalham o entendimento do jogo.

O mundo de Fallout

Paradise Falls – Um shopping que virou lar dos Slavers

A primeira cena do jogo é nada menos que o seu nascimento, onde você escolhe o sexo e a aparência do seu personagem. Logo depois você fica sabendo que é morador da Vault 101. As Vaults são abrigos nucleares que foram seladas durante a guerra, e quando seu personagem completa 19 anos, seu pai misteriosamente abandona a vault e você, obviamente, vai atrás dele. Ao sair você descobre que está nas ruínas da antiga capital americana, Washington D.C, hoje chamada capital wastland e a partir daí o seu destino é por sua conta. Você pode seguir os passos de seu pai e saber por que ele lhe deixou ou simplesmente ir em busca de outras aventuras, mas fique avisado, Capital Wastland é absurdamente enorme, Liberty City de GTA IV parece um vilarejo perto dela (é sério!) e se você, assim como eu, gosta de explorar cada canto, isso pode levar semanas!
Agora não pense que por causa da guerra nuclear não existe mais vida no mundo, as pessoas que sobreviveram agora dividem espaço com outras raças, como os Ghuols, humanos que tiveram sua aparência mudada drasticamente por causa da alta radiação, e os Super mutants, enormes criaturas que não querem saber de conversa e o atacam quando lhe vêem. Além deles os Brotherhood of Steel e a Enclave dos jogos anteriores também dão o ar da sua graça.
Perambulando pela Wastland você vai se sentir em um filme de Mad Max, paisagens pós apocalípticas se misturam com lugares bem peculiares, exemplos são as cidades de Megaton (que mais parece uma favela e inexplicavelmente foi construída em volta de uma bomba atômica) e Litlle Lamplight, onde somente vivem crianças. Construções famosas de Washington (ou o que sobrou delas) também podem ser exploradas, como a casa branca e o pentágono, porém não espere esbarrar por nenhuma Cúpula do Trovão por aqui.

O sistema de Jogo
Desde o primeiro jogo a série Fallout usa um sistema chamado S.P.E.C.I.A.L que é a sigla dos sete principais atributos do personagem: Strength (Força), Perception (Percepção), Endurance (Residência), Charisma (Carisma), Inteligence (Inteligência), Agility (Agilidade) e Luck (Sorte), a cada um deles você distribui uma quantidade de pontos que determinarão como será seu personagem. Uma força maior que residência o faz mais forte, porém você receberá mais dano do inimigo, por exemplo. Já o sistema de combate é o VATS. Nele cada parte do corpo do oponente tem uma porcentagem de acerto, essa porcentagem depende de vários fatores como a distância do inimigo e o tipo de arma que você usa. Acerte um braço e a criatura deixa cair a arma que estava usando, ou atire na perna para que ela saia mancando. Por outro lado as várias armas encontradas no jogo não duram para sempre, quanto mais são usadas mais se desgastam e causam menos dano, por isso precisam ser reparadas constantemente. Outro destaque são as experiências (XP), aqui você não precisa lutar que nem desesperado para subir de nível, basta conseguir abrir uma porta trancada, encontrar a localização de um lugar ou desarmar uma bomba para você ganhar uma quantia de xp. Todo esse sistema faz de Fallout 3 um verdadeiro Role Playing Game por se aproximar bastante dos tradicionais RPGs de mesa, Exigindo estratégia e dedicação do jogador.

Livre arbítrio
Em Fallout 3 você é livre para fazer o que quiser, não há um caminho pré-estabelecido e as quests podem ter duas, três ou até mesmo quatro maneiras de serem feitas. Mas lembre-se que as suas ações terão conseqüências. Uma delas é o seu Karma, um medidor do quão bom ou mal é o seu personagem. Mate inocentes e perca karma, ou ganhe por ajudar os outros. O seu Karma também tem influência nas quests, em como as pessoas lhe tratam e quais personagens você pode escolher para lhe acompanhar durante a jornada. Sim, é isso mesmo que você leu, você não precisa fazer tudo sozinho e pode ter companheiros que serão controlados por I.A, cada qual com características diferentes, além disso, você pode equipá-los e determinar táticas de combate. No jogo eu consegui formar um grupo com até 3 personagens, o problema é que com isso você ganha menos xp após as lutas.

A guera nunca muda.
Fallout 3 pode ser jogado em primeira ou terceira pessoa, mas essa última não é recomendada, além de não ter uma mira satisfatória (lhe deixando muito dependente do sistema VATS) a animação de seu personagem parece muito artificial. Os gráficos são ótimos (principalmente no por do sol, experimente assistir), mas o grandioso mundo de Capital Wastland faz o jogo ter um excessivo número de bugs, não se surpreenda com corpos voando no céu ou o jogo travar de vez em quando, patches de atualização ajudam mais não resolvem todos eles. Além dos patches, também podem ser baixadas cinco expansões (Operation: Anchorage, The Pitt, Broken Steel, Point Lookout e Mothership Zeta) cada um com novas missões e lugares para serem explorados, dando longetividade e vida nova ao jogo.
Games como Knights of the Old Republic inovaram o gênero de rpg com a livre caracterização de personagem e as escolhas morais, Fallout 3 eleva esse sistema com a interação em um enorme mundo que, apesar de destruído, está vivo e pulsante, sobrevivendo à uma guerra que parece nunca acabar, já que a guerra, a guerra nunca muda...
Nota: 9,5

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